sábado, setembro 30

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Recinto dos sonos, sonhos e desvairios. Aqui meu corpo desce a malha do colchao, meu cheiro esta preso ali, meus livros me prendem a ele, em solidao. Acompanhada de sossego falso, revestido por grosso concreto, pela janela de vidro abstrata que estremece com o marulho dos ventos e o fervilhar dos carros, genteando o redor de barulho facil. Meu leito ainda me sustenta em quatro patas de madeira, alias, desde meus primeiros anos. O calor em baforadas vespertinas me pede por detras das cortinas para ligar o ventilador, atirar as palavras do dia nas helices giratorias e imperceptiveis, enxugar o choro da fronha, o gozo do lençol, a baba, o mijo de criança persistindo na lembrança. 4 paredes que foram brancas, hoje amarelecidas, a abrigar mulher menina de la' fora a perder mais de 1/3 da vida morfando e renascendo. Todos os dias. Ou por enquanto.

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