segunda-feira, abril 12

INICIATIVA (registros oníricos)

I - Sonhei que chutava uma garrafa PET bem pesada na direção de uma poça em coxia de calçada noturna. A chuva cuspia no asfalto. Foi quando um senhor meio gordo, com bigodes, olhava-me todo coitado, arqueijando até o chão. Mão esquerda no peito. Fi-lo escorregar sem má intenção numa só passada. Do outro lado da rua, eu assistia ao seu infarto com uma culpa enorme dentro de mim. Enquanto um pensamento me impelia a correr na direção daquele homem a salvá-lo, impulsionando meus joelhos à ação, outro pensar me segurava. - Vou-não-vou? O pessimismo venceu. Sensação de que todos me puniam, reprovavam feito hologramas de olhares, mistura de flashes de gestos raivosos adentrando minha boca, fazendo pesar minha indigestão. Duvidei se o havia matado. "Matei".

II - Entremeado ao sonho anterior, este se situa em mesmo âmbito, notívago e urbano. Eu observava três rapazes, típicos gozadores machistas, sendo um mais destacado dos outros. Este tinha rabo de cavalo e usava camiseta em tom esverdeado. Gostava de ser o centro das atenções, cometendo atos repudiosos na companhia dos comparsas, não parecia corajoso para ousar sozinho. Tudo começa quando homossexuais passam por esses adolescentes, que zombam dos trejeitos, do caminhar dos gays, de forma acerbadamente preconceituosa até partirem para agressão física. Foi quando saquei o celular e telefonei para a polícia. Eu me dizia: é a primeira vez que ligo para o 190! Está chamando... Deu certo. Registrei a ocorrência fornecendo os dados possíveis, características físicas dos acusados, endereço, tudo. Eles me perceberam. Meu medo corroía o estômago. A sirene dos carros alardeou. Eles fugiram. Meu telefone tocava, queriam mais detalhes do crime. Daí, enfim, capturaram-nos. Sensação de justiça feita e, em retorno, a satisfação das vítimas.




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