segunda-feira, dezembro 18

Vindima Estelar

Sabe das estrelas e de toda essa lenga lenga que se faz delas? Eu joguei tudo fora. Fechei um só olho, deixei o outro aceso, estendi a mão e arranquei constelação inteira.
Quis confundir os astrônomos, fazer errar o rumo dos signos, forjar saudade nos enamorados mortícios sentados no banco sem dar uma palavra, extasiados com o pretexto de um astro cadente. Pois então, decaíram todos os fachos de luz daquela porção do céu escolhida.
Enfiei-os nos sacos cheios, lacrei. Agora, que se mudem os namoricados das praças públicas, escondam-se nos quartos escuros simuladores de horizonte enluarado por abajures, ou mirem-se nas bolas de espelho das boates sujas. O teto é o limite. Infinito é infinito, ora! Alhures...

Nenhum comentário: