terça-feira, abril 17

Cuspes de Deus: pegue já seu guarda-chuva!

Raios! Eis que um trovão me assusta os nervos da alma. Ela que andava vespertina despertada, de repente, relampegueu-se. Fez-se noite. Um apagão por toda a parte, ruas alagadas diante do medo da humana derrapagem de caráter. Choque térmicordial. Meu peito aquecia ante a frieza do coração dos homens, acabei de cabeça quente. Choveu um oceano de calamidade, mas dessa vez não calei na minha ingenuidade. Demonstrei o ódio de Thor pela tormenta. A natureza respondeu aos desequilíbrios individualóides com a brutalidade das nuvens em duelo. É, tudo muito abstrato. Mas preciso abstrair para que não me traiam os leitores da vida contada cotidianamente. Só posso adiantar que o dia foi derramado feito um golpe involuntário de um beberrão na garrafa, que cai e quebra e depois se enfesa pelo centavo gasto, pelo veneno perdido, por ter sido vencido pela força do acaso. Não mero. Nem medo. Os verdadeiros amigos se apegaram a ele, juntaram seus cacos de abismo e pagaram uma rodada ao mundo girador desgovernado. Deram as mãos, rezaram Pai-nosso, rogaram luz e em seguida outro raio ruidoso ruiu no chão. Ergueram-se, levaram-se pra casa. Ébrios de sobriedade, solidários, quando o Criador de todas as coisas espirrou. Todos possuíam a capa protetora dos seus anjos-da-guarda-chuva. One.

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