quinta-feira, agosto 16

De caravana pro show dos Scorpions




Cheguei de viagem... Recife, minha primeira jornada mais longa para fora do estado cearense. Encarei um Magic Bus cheio de metaleiros irrequietos com destino ao show internacional de número 1 da minha vida. Scorpions - Humanity Tour. Ouvia esses pioneiros do Hard desde o berço. Papai colecionava vinis Rock. Aliás, coleciona. Antes e durante o percurso cansativo da caravana pro concerto, afiei os tímpanos ansiosos com clássicos. Quebrei o corpo pelo esmago das más dormidas naquela poltrona semi-declinável, mas as paradas noutras cities nordestinas tais Mossoró, no Rio grande do Norte, deram uma aliviada nas nádegas. Estiquei as pernas, comi uns salgados e tomei aquela dose de uísque batizado. O cigarro tirou o gosto ruim, além de disfarçar o friozinho beirando a madrugada.

Engraçado perceber a cara de espanto das pessoas nos locais onde estacionávamos. Olhavam incessantes para o bando trajando preto, coturnos, cabelos ameaçados. De volta pro leito, ainda tentei jogar baralho com a Sara, mas o balançar nos deixou em tédio profundo. Adormecemos supostamente a conversar e a bedelhar o papo alheio no escuro. Iron Maiden truando mil vezes na ida e na volta. Thiago não se aquietava um segundo, um figura sósia do Lemmy Kilmister, líder do Mötörhead que foi conosco se hospedar na casa do Sr. Wilson, pai da Carol que comprou nossos ingressos. Outro cara que estava entre nós e compartilhou cavalheirescamente sua amarga cerveja foi o Othavio. Morri de riso e pena da prostração dele na chegada.

Pegamos carona e ele simplesmente dormiu sentado, babando uma baba espessa e roncando, sem se importar com toda a zoada ao redor.
Ficamos mui bien hospedados na casa do tiozão da Sara, que passou a tarde fazendo um baita almoço enquanto tirávamos o atraso do sono. Papeamos sobre a época da ditadura, sobre à caça aos comunistas, à família Albuquerque deles, torturados, heróis e heroínas reais. Haviam quadros do Salvador Allende e dos procurados nas paredes. Dali, tomamos vodka e seguimos para o Chevrollette Hall. Compro uma garrafa de cerveja boca larga difícil de abrir. Um outro colega, Andrey, abre nos dentes.

Adentramos. Um bruta chuva começa a despencar e desfaz minha chapinha do cabelo. Mal chapada estava, nem liguei. Comecei a dancing in the rain, berrando: I BELIEVE IN SANTA KLAUS!!! Já na pista, sem banda de abertura, passam o show Go Home do U2 e eu só falto pirar com tamanha coincidência. É, porque pude compensar a minha falta no show em SP, de alguma forma. Bom, câmera emprestada na mão, todo cuidado. Levei alguns pisões, empurrões, gritos na orelha, mas quando Scorpions entrou no palco dei clicks, saltos bruscos e os classicões afinados no gogó.

Emocionante tudo. Klaus Meine desviou com o pedestal uma latinha arremessada, contudo foram super simpáticos com a platéia, cantaram Aquarela do Brasil, solaram desafiadoramente nas guitarras e bateria, jogaram palhetas, baquetas, kisses... Ai, voltei morta. Realizada. Com mais amigos, vivência, energia rock'nrollesca. Estou pronta pra próxima!!!

Um comentário:

Alexandre Nunes disse...

Scorpions é infância demais. Meu pai tb ouvia até furar o vinil:Time, it needs time
To win back your love again.lálálálálá... lálálálálá
Ah, as viagens, eu sempre adoro o detalhe das pernas um pouco mais grossas uma vez que as minhas são um pouco desprovidas de massa (gorda e/ou magra)rsrsrs.