sábado, setembro 8

Oco Pau



O culpado: quem? Estou sem saco (de vômito) para suportar vertigens de grávidos da mesma cerveja que eu. Antes tomassem meu ácido onírico chamado Absinto muito e poetassem alguma coisa sincera... Se ELE me declarasse o tesão, ficaria mais fácil. Mãos bobas são bobas mesmo, quase virgens. E já estou cheia de santos do pau oco. Dai-me satanazes tortos, senhor! Se ao menos sofressem do bem de Parkinson e fizessem tremeluzir meus lábios pequenos com os dedos grossos, já adiantaria o ser, o viço... Dedos que calam e pedem silêncio, sem apontar defeitos feito lápis.

Ósculos no escuro são bons, os sóis reclamam ardência, embora a chuva me atraia mais pela singeleza pálida de seu cortinado. Londrina e melódica que sou, gosto de observar esculturas de cemitério e cartazes de show. Foi então que Eros, pintado beijando a boca de Tânatos ao túmulo, me reservou um faro para suspeitar até da cama em que durmo. Mulheres são tão bravias feito um povaréu sem medo. Eu sou o final do entusiasmo ante qualquer coisa que me desagrade. Não durmo, reviro páginas. Nem passa pela cabeça daquele homem os meus absurdos. Se eu lhe contar meus planos invernais é possível que hiberne antes do tempo, ronque com a boca aberta, da mesma que sorvo a baba.

Cá entre nós, não sou troféu, mas valho ouro. Quase choro com a vitória erguida. Não faz sentido, não faz sentido! Ele desperdiça meu soro fisiológico lavando a ferida alheia. Não quero sair com seus amigos, quero casar com os meus. Cansei de dizer sim, cansei das cerimônias. Gosto das minhas jeans rasgadas, do meu ócio preso na barriga, das minhas músicas calmas, dos meus livros de autores gays britânicos, do meu irmão gótico, da minha poodle grudenta, da minha escrita caótica... Saudades do meu parceiro nipônico egomaníaco com suas artes e até daquele bizarro com seu Kama Sutra hediondo. Mas o quebra-cabeças do ideal masculino está com as peças erradas. Deixe-me ir ao teatro procurar a peça no ato! Fui ao cinema sozinha tantas vezes sonhar no escuro sem adormecer na cadeira... É Pal, é sempre a pedra no fim do caminho.

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