domingo, outubro 5

Para onde ir.

Égua, fico me sentindo uma menina postando tantas bobagens aqui. O mais estranho é que surtiu alívio e manteve o blogue aceso. Este é tão colorido que passa a ser classificado como teen por mim, justo eu que já passei da puberdade há tempos. Mantenho-me fresca ainda, embora. Sou do tipo que se chateia fácil, por mimo ou por esperar demasiadamente pelos outros, por criar expectativas imensas em quem deposito um afeto maior.


Fiquei me sentindo meio tola esse final de semana. Isto porque acreditei piamente que minha alegria pudesse durar até começar um novo rojão a partir de segunda-feira. Mas ela foi ao ápice na sexta e largou-se perdida ao final de sábado. Fiz amor, um amor bêbado, intenso, nem dormi de tanto que amei. Quando acordei, o café posto na mesa. Foi inesperado e bonito. Mas depois tive de voltar pra casa como quem desperta do sonho.


À tarde, um novo encontro, amigos. Fui parar na Veneza Tropical, depois de um terminal de ônibus. Casa bonita, cachorros presos que comiam carvão, um gato preto e sério chamado Teodoro III. Muquecada, cachaça de rapadura e refrigerante. Como o papo não fluía em certa altura de hora, fui dançar no meio de alguns conhecidos.

Apliquei meu resquício de felicidade no corpo, movendo as pernas frenética, ligada. Abanava os braços como quem queria voar. Mas não deixavam. Diziam que eu emanava álcool dos poros. Censura velada. Eu, passarinho novo estranhando ninhos de águia prestes a mudar de pena e bico.

Anos 80 me faz desopilar, saio sem ensaiar, na melhor forma. O cara careca me rodopiou no ar, as meninas riam dos meus passos de break pós-modernucho. Depois: hora de ir. Acabar. Ora, se estava distante para um, não fora à toa. Este um não se movia. Eu pedia mais dentro de mim. Murchava quando ele esmorecia. Podendo aproveitar, fica pensando na morte da bezerra, conversando sobre o passado morto com um amigo, no canto. E eu lá queria. Daí brotou um silêncio pastoso, o tato sumiu. Sumi no domingo para um gelo nesse um e me permitir como sou.

Fui à uma exposição de Arte Pop e à uma peça. Sozinha. Conversei com desconhecidos, conheci outros universos e resgatei minha individualidade perdida em parcela na espera pelo outro. Devo repetir a dose mais vezes. Antes só, sempre viva! Positiva e operante, respeitosa de mim.

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