quinta-feira, setembro 25

Apontamentos nervosos

Hoje fiquei num tesão só, mas numa espera patife. O namoro anda se tornando um vício, até porque vai bem além do sexo, da boa companhia. Tem música no meio e costumamos ensaiar. Só que aí teve um atropelo, tarefas que surgem sem dar aviso. O que me deixa brava não é o outro estar ocupado em seus afazeres utilíssimos. O que realmente me enfurece é comunicar, confirmar e furar. Dá vontade de me vingar feito menina sem doce, de fazer o outro de bobo quando menos esperar. Da próxima. Se bem que eu nunca deixei de fazer minhas coisas por conta do outro. Por exemplo: final de semana, eu num furor só, a fim de sair de casa, dançar, beber, sei lá. Daí o cara diz estar cansado, sem clima. Tá, eu respeito. Tanto respeito que saio com os amigos sem remorso algum, só alguma saudade. Sim, vontade de estar junto. Às vezes não dá nem pra brincar de fazer catarse porque o pensamento vai longe. Preciso me concentrar tanto no trabalho quanto no lazer, senão vou pirar. A minha vida agora é embromar a semana inteira, o quanto eu puder, pra que o final dela seja superaproveitado em extravasos. Minha perninha não pára, nervosa. Roer unha já não rôo desde que pus aparelho nos dentes, ou seja, há mais de cinco anos. Arrancar os cabelos nem preciso, caem sozinhos de tanto produto que ponho. 100 fios por dia pelo chão da casa é saudável, mas se eu deixo meia dúzia minha mãe já reclama... Outro dia inventei de fazer uma tal de texturização. Não durou dois meses. A mulher quis me roubar com uma nova aplicação, só que preferi gastar com transporte, comida e birita. Fiquei rastafari-dreadlock de nascença mesmo. Até o final do ano dou um jeito na juba. Eu que mal ligo pra vaidade, vira-e-mexe estou me esforçando. Mesmo roupas que não usava estou reaproveitando. Sim, umas coloridas. Isso porque sempre estou usando preto. Nossa, quanta besteira! Peraí que vou ali ler meu livro.

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