Foi divertido, exceto pela mesa composta por reitores, coordenadores dos cursos, com uma fala tediosíssima de tão longa. Quando tudo parecia interminável, nós nos pusemos a criticar o mundo na troca de bloquinhos de anotação. Pintou tanta besteira, que numa hora lá nem me segurei a crise de riso. Tapei minha boca e os ombros se puseram a tremer por mim. hahahaha O Affonso notou, sentamos bem na frente. Digo que o que ele notou mesmo foi a cerimônia por demais custosa. Um dos curadores da parada levou mil páginas sobre a biografia do conferencista do dia. Até que nem Affonso aguentou e pediu pro falador cessar a pompa, provocando o riso geral na platéia. Disse: "vou botar no meu curriculum: - eu vi os Beatles tocarem em Los Angeles e o Michel Foucault jantou lá em casa!" hahahaha Ele pediu pra que levantássemos, fizéssemos uma ginastiquinha, por tanto tempo sentados nas poltronas duras.
Se eu já apreciava os escritos do cara, passei a nutrir um carinho pessoal por ele. Na Bienal do livro de 2007, se bem me lembro, ele estava aqui com sua esposa Marina Colassanti. Falaram tanto da amiga Clarice e de forma tão simples dos seus trabalhos, que me apaixonei. Na época havia fugido de uma outra "cerimônia", quando ganhei um concurso literário. Sei que disse umas bobagens no microfone, agradeci meu prêmio e fugi pra palestra do Affonsão. Hoje tive o privilégio de revê-lo, mas tecendo filosofias acerca da pós-modernidade e suas consequências. O problema da autonomia do sujeito na arte e na sociedade. Há uma entrevista para o Jornal O Povo que medita a respeito:(clica e lê)! Termino o post satisfeita, comprei caramelos na volta, tecendo umas epistemologias malucas, questionando meus próprios conhecimentos.
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