sexta-feira, maio 1

Laissez-faire



Porra, o excesso de ócio também cansa! Estou há tempos olhando a tela sem ver nada nela, como se estivesse num quarto despojado de prateleiras, sem colorido nem quadros, sem livros, só uma lâmpada velha balançando no centro. A imagem fenece de tanto que olho, do tanto que vejo, ou seja, nada. Um calhamaço de informações que servem apenas de entulho no subconsciente. Se bem que logo vou dormir, processar isso em sonho. Vai que vira conto ou surrealismo de vida mesmo. Deixai fazer, deixai passar.



Procurando alguma sentença para meter na cabeça e não perdê-la estou, subtraindo preocupações comezinhas, cansando-me de nada ou pouco realizar por enquanto. Isso porque quando decido fazer, a grana não sai, a gana também, irritando a pele tal minha costumeira retenção de fezes em longas viagens. Pois é, se meu cu fosse capitalista o liberalismo então se faria existente em toda parte. Sem leis do ventre livre vou administrando esse caos interior, além do calor uterino pré-paridor de novas cousas, a defender causa nenhuma. Afinal, tudo acontece tão por acaso.

Em redor do buraco tudo é beira, já dizia o Suassuna Ariano em funk de YouTube. Assim, eu vou tomando Activia, reativando minha flora nada perfumada, mas estou para pedir meu dinheiro de volta. Funcionamento regular, cadê? Todos os músculos esfincteriais coçam e nada. Antes o prurido fosse na mão, pois estou devendo até as calças! Eis que esta suposta oxiurose se transforma em oxímoro de viver. Nem vou mais interferir...

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