domingo, agosto 9

Morrida

Desejar a morte do outro não me faz pior nem menos feliz, ao contrário, isso desperta a humanidade menos hipócrita. Há quem mereça deixar esse mundo de amores infernais e de sofrimentos aprazíveis. Invisibilidade dadivosa seria. Terra é jaula cercada de água profunda, é escola para alunos especiais. Vai que essa cela afunda e sobram a Noé novas espécies de animais (se antes não vier um tubarão carregado de trilha sonora amedrontadora)... Prefiro observar ao longe, de monóculo, com os outros sentidos assentados no ser. Visão parcial te poupa das intempéries, ninguém precisa saber do muito, já que limitados somos mesmo.


Prefiro o paraíso do nada saber tal o cinismo de Sócrates perdido. Também oculto meus segredos a quem não compartilha seus dados. Proteção, preservação, sobrevivência. Conto nos dedos do infinito os que me apontam marcas. Nem vêem, mal sabem, mas apontam as marcas. Todas de grife.

Quero ver ficarem nus ante um espelho. Quebradiços...

Melhor que isso, mortos. Mortos feito a velhinha esquecida sozinha no andar de um prédio. Porta abarrotada de correspondências. Não correnpodidas aos fatos. Descoberta pelo silêncio de meses, encontrada já decomposta, só os ossos. Viva! É solidário quem solitário é. Cada um por si, se o se não existisse. Quem precisa dos outros é inválido!

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