segunda-feira, janeiro 15

Lavou, novo está. Lá vou eu, de novo!

Derramei Toddy no lençol e julgaram ser alguma excrescência minha. Se fosse mênstruo ou urina, gozo ou feze eu lá exporia? Absolutamente, não! Talvez sob os travesseiros, sob os tapetes, até a providência de uma urgente limpeza, eu o faria. Nada a esconder também. Nem meus suores deixam vestígio, meus olores vêm dos perfumes da França, de uma permanência asseada impressa na fronha ou na pele de quem me acolhe por reles minutos. Talvez nem precisasse usar desodorantes, minha essência contamina as preces dos outros, feito enxofre angélico. Querem me matar como quem arranca rosas do jardim, condenando meus atos com magistral inveja. Meus papos sobre Arte são confundidos com lingüajar mefistofélico de gente drogada, confundem criatividade com veneno. Meu colorido ofusca o opaco empacado desses jumentos. Pobres animais. Prefiro eles, os autênticos quadripatados, que humanos a empatar caminho. Sendo assim, sou mesmo uma vaca: sagrada e inteligente. Que caga e anda para os infelizes!

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