sábado, abril 21

Jorro, coisa banal e cólica

Levantei bem cedo sob o efeito de um pesadelo movido ao telefonema-trote grotesco recebido às duas da madrugada. Devia ter escrito isso no momento da fúria, que me preencheu as veias por 48 horas. Decerto sairia mais impactante. Dia nublabafado com sol mormaço cortante. Sim. (Este Blog anda servindo mais pros meus desabafos mortícios que pras minhas boas lembranças cotidianas. Devo ser uma pessimista em potencial, com as vistas grossas, cansadas sobre o real. Montar e desmontar palco é muito foda. Sofrem os palhaços. Borra a minha maquiagem. E aquele ali nem pra ajudar, só dormindo, só comendo. Um parasita de bunda de elefante! Detesto definir, só sei dizer que estou sentindo e sentir é algo muito pessoal. Rel-ativo, um réu, passivo de condenação de quem vê. A linguagem universal dos bytes não se fará de ponte para a compreensão ledora, então aqui converso comigo mesma. Vamos lá... Por onde começo?) Caos. O meu quarto anda revirado feito meu estômago pouco nutrido de sal. Necessito alimentos menos açucarados, filmes também, senão a pressão baixa e fico tonta. Deixa eu dizer como foi lá a minha primeira apresentação. Muitos me disseram: 'foi sensacional'. Eu até senti a vibração da coisa crescendo, do meu futuro musical se desenrolando, apesar de eu nunca ter imaginado que chegaria até ali tão logo. Nem achava de mim essa coisa extrovertida vária, o que anda me minando ultimamente. Gosto, não vou negar. Nunca me senti tão ativa. Só que... Exposição demais suga a gente. Fora que tinha uma pessoa lá que não parava de me secar com os olhos a todo instante. Merda, odeio me sentir vigiada, analisada, como se eu fosse cobaia de laboratório psicológico sem lógica de nada. Maniazinha daquela mulher, coroa a me corroer os ânimos. With Lasers. Fuck off motherfucker! Ainda bem que me dou melhor com os homens. Azar o delas. Amigas amigas mesmo tenho poucas, todas escrotas, sinceras, decididas. O resto... Bem, mas com eles me sinto mais confortável, amiga, desejada, elogiada em beleza e talento sem um pingo de ciúmes. Foi inveja da de saias, tenho certeza! Mal-comida! Ainda bem que quem come os meus homens sou eu! E quando o prato não presta, vomito. A aporrinhação vem da tensão pré-menstrual também. Estava quase gozando, quando a encarada daquela senhora quarentona me interrompe o coito com o seu alarido. Nada demais, só trabalhamos com afinco, e o trabalho é tão orgástico que faz as pessoas confundirem com ato sex-uau! Será impressão minha? Sei lá, neuroses, carmas. Armas. Só quero dar um Time, um tiro nisso, ler livros fodões e escrever mais coisas fodas, porque isto aqui anda uma porcaria. Meus fragmentos de vitória andam pouco por aqui. O resto é coisa secreta. (Dias de glória virão). Acho que isso tudo sou eu. Lirismo cansa, eu sei. Agora me deixa terminar a bendita análise de Um Copo de Cólera. Pós, pós... Vai ver foi isso.
Tarcozan cadê você?

Um comentário:

Tarco disse...

Acordei chovendo. Não, lá fora estava chovendo quando acordei. Chovia enquanto eu dormia e por isso acordei. Acordei e aconteceu de chover na minha roseira rodeada de erva daninha. Eu nem dormi e acabou chovendo pra que eu dormisse. Bem, desacordado, lembrei de você, despertei e ouvi a água caindo lá fora. Roseira e erva daninha regadas. O fato é que ao vir te escrever, esqueci o que tinha a dizer por causa do barulho da chuva.
Lembro apenas que preciso que me emprestes uma bíblia.
Lembrei!