quinta-feira, maio 31

ECOS


Lá no alto o albatróz pára, imóvel no ar. E bem debaixo de ondas revoltas, em labirintos das cavernas de corais, o eco de uma maré longínqua vem projetar-se sobre a areia. E tudo é verde e submarino. E ninguém nos apresentou a terra. E ninguém sabe o “onde” nem o “por quê”, porém alguma coisa encara, alguma coisa tenta e começa a escalar em direção a luz...
Estranhos que passam na rua. Dois olhares separados que por ventura se encontram. E eu sou você e o que eu vejo sou eu. E eu pego você pela mão e te conduzo pela terra. Ajude-me a entender o melhor possível! Ninguém nos chama para a terra, ninguém passa por lá vivo.
E ninguém fala. E ninguém tenta.
E ninguém voa ao redor do sol!
E agora este é o dia da sua queda sobre meus olhos acordados, convidando e me incitando a levantar. E pela janela na parede atravessam em raios de luz solar um milhão de embaixadores brilhantes da manhã. E ninguém canta para mim canções de ninar.
E ninguém me faz cerrar os olhos.
Por isso eu abro as janelas totalmente.




ECHOES
, by PINK FLOYD (
Waters, Wright, Mason e Gilmour)
Tradução: A VOZ SILENTE

Nenhum comentário: