sábado, junho 16

O quê do Hein




Estranho tudo. É. Eu estranha por demais hoje. Absurdo. Cheguei a esperar certeira por ninguém que veio. Vieram outros alguéns de forma inesperada. Valeu o acaso. Se não fosse pelo sofrimento interno desses dias a me pedir comida de instante em fração... Vou engordar despreocupada com o glúteo fato, mas ocupada com outras energias amargas. Durmo demasiado a partir das quatro horas madrugais e quando acordo vespertina, tomo o almoço e visto uma calça surrada que não me cai bem. Ontem cabia mais. O que é isso?

Vivo a me perder pelo percurso diário, a querer mapas, mesmo mapanalfabeta fêmea por natureza sutil. Tive de ir embora, tomei um ônibus certo, sem olhar para o nome, sem visualizar o povaréu de dentro. Lotado, eu sem ligar, só um tanto enojada pelo arrasta-passa no meu corpo molefício.

São 01:54 e minha cachorra caga na varanda. Sei porque ouço ela ciscar. Sim, ela pensa que é galinha branca. Poodle-brinquedo. Vai beber água, depois repousar no quarto dos meus pais feito irmã caçula. Antigamente a filha era eu. Hoje ela é minha, bebê de rabo cotó, latizenta por qualquer ruído assim sensato.



Meu irmão foi à Bahia, sinto até saudades. Ele vive a viajar, se não por shows, por turismo ou culturalizar a vida mansa. E eu estou para me formar, ansiosa pela comodidade da pseudo-independência vindoura. O meu prazer desta quinzena é mexer em HTML, Blogar, inventar novas histórias talvez para não enlouquecer. Meu amigo hoje perguntou se eu não tinha medo de pirar. Ele riscava em círculos aleatórios o folder de um seminário sobre arte ao qual assistíamos. Energias in out. FREAK particular. E a tosca da KKKK Alexandrino com perfume forte, vestido colorrendo e máquina fotográfica a roubar atenções da platéia sonocoolizada. Pobre Mary Ester Maciel a rezar missa pro Bispo do Rosário...



Mas cheguei em casa. Antes, ao atravessar a rua, pensei três vezes se iria desatravessar. É que vi um homem quase senil puxando pelo pé esparadrapeado. Senti um gelo estomacal quando olhei nos seus. Não passavam de pálpebras esbranquiçadas sobre os olhos ao rés-do-chão. Se fosse pupila, mereceria ser contratado a estrelar n'algum filme trash B. Bizarro. Logo adiante, carro de polícia. Milicas em frente meu prédio lar a tratar com um homem dopado os porquês de suas vagas pelas redondezas. Muitos vizinhos à espreita haviam. O rapaz queria se desnudar, seu cinto e calças abertos. Não entendi quase nada.



Já dentro do meu urbanóide cortiço, acesso o elevador. Encostei as mãos nos botões de andares todos. Tive de esperar até o meu, por querer, porque me vi absurda, porque senti vontade de correr e acabei por pronunciar palavras desconexas. Este mundo ainda me pertence? Computadolori minhas essências. Duvido que alguém se identifique ou se compadeça pelo caos da pós-modernidade absorvida. (Tarco??) Aprendi a ler.

2 comentários:

Tarco disse...

de todas as tuas insanidades, a escritora eh com quem grito melhor, portanto, eh a minha predileta! escreva sempre pq assim tbm me salvo!

Mostro os dentes pra ti nesse momento.

Daniel Serrano disse...

Sensacional, sobretudo o parágrafo inicial. Realmente, sem que minta, de cor e ação: parabéns.