sábado, novembro 3

Conta o que não é da minha!!


Nunca detestei tanto o silêncio! E ele não vai me ligar. Até porque eu disse a mim antes que não atenderia, e diria a todos em casa que não estaria, só para despistar. Que dor seria a minha? Mão na testa... Qualquer um perguntaria o que não me canso de fazer. De repente uma boca calada me ignora os sentidos, parece não querer compartilhar, só fica na superfície respirando risinhos, um som sem a melodia do sentir, só a pancadaria que estatiza. Estive cansada dos comentários infames sobre nada, dum vocabulário pouco, de iniciativa parca e o medo de me desagradar no mínimo gesto. Mas é justo isso o que me desagrada. É não ser verdadeiro, é não revelar. Gosto de mistério, só que a inércia me enfada. Individuais unidos por uma razão qualquer. Vai saber... Cansei-me de sentar e tomar cervejas sem uma conversa franca sobre o universo vasto. Ele fica nessa de observar, de segurar minha palma, enquanto meu corpo inteiro toma forma de fogo e ele não intervém. Sexo me bastaria, se o assunto acabasse. Nada em comum. Fui ver no que ia dar. Sem contentamento, nunca. Comigo o que há? Vejo o franzir na sua testa, vejo seu olho para o nada, vejo suas costas curvadas e a canseira de existir, mas ele não desiste, quer mostrar algo, mas não... Tentei escapar, fui seguida à força. E tudo o que eu queria era que ele me segurasse firme os ombros, enfiasse as pupilas na minha íris atordoada e me falasse que estava ali completo, disposto a compartilhar umas palavras vivas comigo. Só levo a sério porque alguém tem que levar. Estar por estar, por vaidade, ocultando a solidão para não destoar desse mundinho hostil, não é da minha conta. De bem, prefiro ficar comigo. Rir forçosamente para os outros ainda me embriaga. E é tanta falsidade que me cerca ultimamente, que prefiro ser de verdade. Coz' Big girls don't cry, don't cry, don't cry!

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