quarta-feira, janeiro 16

Trocadalhos que descarrilho



Virei a noite feito uma panqueca mal cozida. Fui dormir às dez, estarrecida. É porque pouco me comove, daí tenho que ficar desperta esperando Jesus voltar por mais que desacredite. Já disse pro papai, só quem volta é Led Zeppelin, Doors e The Police, Spice Girls também. Delas ninguém sentiu falta, mas esgotaram ingressos. Ó, Pop crianças... Fiquei pensando aqui se queria voltar, a gente se revolta tanto quando passa pela portinhola do passado que... Voltaria eu ao útero? Creio que não, nem ter renascido. Regressaria eu aos braços daqueles EX-comungados, à infância, aos bons momentos raros? É tarde agora, sonhar demais é coisa pra desocupado. Quem tem pesadelo parece mais sensato com o real. O mundinho cão exige e isso me dá sono, nojo, nauseabunda mole que sou. A única coisa que me entusiasma é cantar numa banda, nossa, um alívio. É melhor que banho quando se está sujo, é melhor que deitar na grama fofa e sentir cheiro de sândalo. Amo aqueles meninos, mais até do que... Bem, deixa pra lá. Compulsão. Quando não faço amor, faço guerra com meus tímpanos. Ando ouvindo tanta coisa, youtubando oitentismos, desligando células nervosas, assumindo mapa, tirando zilhares de fotos narcisistas, esquizofrenizando no Photoshopping center do universo. Daí vou tomar vacina contra febre amarela porque vão me levar pro MARanhão, foco fuck off mor da menina amarela do buchão. Se eu morrer na queda do avião ou se me derem placebo burro na veia, queria que meus podres fossem publicados pra ninguém ter pena de mim, nem eu ter fama póstuma. Mas sei não, meu corpo é fechado, sofri um assalto e só feri os dedos. Malacas torcedores de futebol, vem em arrastão porque tem medo do contrataque cardíaco. Não suporto mais esta cidade. Quero ir nem que seja pro Japão. Adeus súbito. Vambora. Tchau!

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