domingo, agosto 24

CIO-ME

Ele não suporta leituras, (é o literal que aturas, querido?). Prefere ir dos clássicos aos filmes B dentro de uma cinemática própria. Debruça-se na Internet, caçando lançamentos e músicas no quarto. Deu agora para implicar com um sujeito, meu colega das letras que mal vejo, por me enviar poemas via Orkut. Autores e temas variados. Gosto bastante das novidades deixadas em minha página de recados, pois me tira o enfado da comunicação corriqueira e ainda soa como lembrança, doação de essência. Se bem que a implicância cai sobre minha recepção ante as tais poesias. Típico ciúme taurino em contraponto à ânsia de libertação aquariana.



Em certa conversa já me revelou não se sentir bem quando cobrado em fidelidade. Irônico que esteja fazendo comigo o que não gostaria que lhe fizessem. Pouca bobagem, estou até brincando. E nem vou mentir que um ciuminho aqui e outro ali me deixa saciada de um bem querer teimoso, quase pueril. Apenas temo o lado doentio da coisa, por ter já passado por isso sob outra circunstância. Também não omito este sentimento em mim. Chamem de insegurança, carência, o que for. Humana em demasia que sou, sensível até a ponta dura do pé esquerdo, fico também me segurando com as aproximações mais ferrenhas das amizades femininas do rapaz. Maturidade não nos falta para perceber que a sociedade nos incute a perspectiva machista de posse do outro, sem notar a riqueza dos vários lados. (Caras ou coroas?) Dado viciado.



Nossa diferença de idade cronológica está em 12 anos, embora conotemos no comportamento uma adolescência saudável de espírito mesclada ao decrépito pensamento de conservadorismos. Ele mais velho, já foi casado, tem uma filha. Decepcionou-se, cresceu mais por dentro. Eu estou prestes a me graduar, no gradual crescimento de responsabilidades, deparando-me com vastas experiências em tão curto espaço. Tive alguns relacionamentos, nenhum suficientemente duradouro, até porque não havia vislumbrado o compromisso ou me identificado tão intensamente com alguém feito hoje.

Feliz estou na maior parte do tempo, ao longo desses quatro meses, desde o dia 20 de abril do ano de 2008. Nós nos conhecemos através do musical calados. Eu havia saído de uma banda de rock recentemente e de maneira muito dolorosa. Isto porque me dedicava extrema, doava meu sangue cantando, aclamava os amigos sem me dar conta do ácido circundo. Fui traída pelo acaso fácil. Por sorte imediata, inseri-me noutro universo e convidada por ele a conversar mil realidades. Foi a conversão ao positivo, assim metamorfoseei-me em risada. Senti o frescor do equilíbrio no calor dos seus abraços.



Seguimos abertos, fechados tão somente para o balanço de novas vivências, das descobertas que virão. Verão vocês as primaveras, as colheitas benditas. Desacordamos em alguns aspectos como quaisquer indivíduos, mas não deixamos de sonhar com as possibilidades mais altas, seja debaixo dos cobertores, como amantes enlevados, seja ante os refletores que quase nos cegam com verdades. Pode doer, destoar, mas o tom sempre estará correto. (Dá-me agora um SOL maior, amor!)

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