quarta-feira, setembro 10

A ladaínha continua

Eu tenho bloqueado na escrita e tenho me repetido sobre isso em desabafo. É de fato importante para mim a expressão via palavras mudas, já que me identifico tanto com o silêncio. Mas é que intervém a música, então embalo, deixo-me levar. Na verdade, são muitas coisas. Todos dizem para me focar. Escolho a arte em suas lentes multifocais, pois não posso me isolar da literaura, nem do audio, menos ainda do visual. O que almejo não é rentável, embora seja meu prazer mais visceral, do fundo da alma, todos bem sabem, eu me repito ante o espelho: beleza: beleza: beleza em ecos. Conteúdo e forma, manipular um colorido no preto e branco é tarefa acessível a mim. Meu lado esquerdo do cérebro está ativado. Agora teimo em aprender teclado, aprimorar no instrumento, pois acho o canto limitado de quem não se orienta. Coordenação motora suficiente para vocalizar tocando não detenho muito. Tenho a manha de fazer mil coisas e esquecer do tempo. Abomino tecer o que não gosto, e da mesma forma que amo profundamente o artesanato, detesto o ato de ensinar. Não é falsa modéstia, nem réstia de humildade, só que prefiro aprender. Sabe quando você sente que não nasceu para a coisa e é forçado a fazê-la por mero encargo burocrático? Pois é. Já era para eu ter me formado em Letras e a licenciatura me trava nessa etapa final, com os embaraços da sala de aula de escola pública. Enrolo, durmo, enceno. Daí o tempo passa e eu aceno. Espero que a minha malandragem surta algum resultado favorável. Dêem-me cem relatórios para redigir em uma semana, mas não me ofereçam nem uma hora de aula para eu lecionar! Sim, parece estranho, sou dessas. Se eu reprovar, não me incomodo. O medo é de que as pessoas das quais eu dependo financeiramente descubram. Porque a pressão aumenta. O mercado de trabalho aí e eu aqui totalmente free no lance, freelancer até obter um canudo. E olha que eu só tenho 23 anos! Imagine com 40... Como será que vou estar???

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