terça-feira, outubro 28

Gripe existencialista

Abismei-me com uma possível transmissão de vírus gripal por conta de um livro velho. Loquei uma bíblia sobre Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre na Biblioteca Pública Menezes Pimentel. A obra intitulada Tête-a-Tête me absorveu de forma tão abrupta que temi ter sido também sugada em imunidade por ela. Ácaros me enlevaram a curiosidade. Chafurdei na mente genialíssima desse casal quase uno, de tão semelhantes em opinião e práticas de liberdade. Promíscuos, experimentavam o contato com sexos variados tal uma filosofia orgástica a traduzir seus humanismos em anseios súbitos.

Não tardei em espirrar a cada decifrada de página. Considerei quase um masoquismo, já que não consigo abandonar essa leitura causadora de corisas. Há tempos não degustava algo tão extenso e atrativo. Isto me sanou a alma de quebranças, apesar de ultrapassar minhas vias respiratórias. Abandonei um pouco os fragmentos literários provocados pelo uso abusivo (absuso? Neologismo meu) da Internet, além de resgatar minha auto-reflexão quanto às relações interpessoais.

Anseio pelo desfecho com toda a calma, feito a espera de um gozo. Como nem é romance acabado, pressinto que não me desapontarei. Recomendo até, de imediato.

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