domingo, outubro 26

Processo cri-criativo.

Ontem foi tão ridículo o meu dia, tão atrasado em tudo, que fico até com pena de relatar. Passei o tempo esperando, cansando e dormindo, procurei esquecer meu momento a sós não por querer, mas por respeito ao próximo. Quis sair, encontrar, mas só achei contratempo e raiva. Acionei amigos para um papo, o telefone fora desatendido. Castigo, pensei, já que tantas vezes me desliguei do mundo sem avisar. E eu preciso? Pensei novamente. Daí acessei o outro universo internetário, recebi mais uns nãos, desculpas plácidas e ainda discuti via palavras digitadas umedecidas pelo pranto. Depois que desatinei a pensar usando de leigas filosofias, a lágrima deu espaço à indignação após um convite surpresa. Minhas coleguetas de farra, vizinhas queridíssimas marcaram um balacobaco de última hora e quando eu estava prontésima, ajeitadíssima, desistem por falta de grana, recusando-se a irem de bus na volta, já que eu havia proposto uma carona de ida. Só não as mandei pra casa do caralho porque minha educação suplantou a língua. Minha família me acalmou os ataques de frescura, meu pai amaciou meu sábado com palavras doces de experiência, mas ainda obtive um último surto com as ignorâncias de minha genitora. Ela que não aceita visitas, não suporta meu namorado sem ao menos conhecê-lo. Fui procurar alguma razão nisso, não vi nenhuma e fui para meu quarto ouvir a Janis sem perspectiva de iluminação alguma. Não bebi, não fumei. Comecei a compôr uma Lyrics, letra nova que acabou se encaixando numa melodia que me fora passada. Sem esforços, o verbo me veio, consultei um dicionário que me caiu feito oráculo. Depois gravei, acionei as luzes coloridas do meu MP3 para me alegrar. Ouvi um pouco de Genesis, separei um disco do Morrissey, mas fadei-me ao silêncio. Brotou um conto, logo o sono veio e parti dessa pra melhor. Que venha agora o Sunday Bloody Sunday...

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