domingo, novembro 30

Sessão descarrego

Tanto me aconteceu em duas, três semanas... Estou com náusea, provável que após uma gripe existencialista eu esteja nauseabundamente sartreana agora. Sei lá, só sei que joguei fora um passado escrito em diários de 2006 a este ano. Revi, remexi na ferida e sofri como quem chora ao passar pelo local de um trauma ou um crime. Ou dez. Vinte, no caso (10 impossíveis crimes + 10 possíveis traumas).


Não entro mais em detalhes tão íntimos, o que relato aqui é ínfimo comparado à intensidade do que me vem. Minha relatividade temporal é tão rápida, que pareço viver um ano em uma quinzena. Aprendo muito, desaprendo também, enlouquesço. Passei quase 48 horas ligada, sem conseguir dormir. Foi uma nova virose abarcando a imunidade ferozmente baixa. Desmaiei, a vista empreteceu, tive febre. Eu me emputeci com a vontade de sair de casa sem poder. Fiquei atada, ranzinza, emagreci mais uns litros, ando bebendo mais água e comendo pouco, com fastio, prisão de ventre e algumas mágoas.


Remediada estou. Até janeiro não poderei fazer os movimentos bruscos que fazia. Mas me deu uma doida, bebi, fumei, saí. Ao chegar em casa, uma sensação de liberdade envolta aos vômitos que extraí. De repente me limpei, jorrei o lixo sem deteriorar o conteúdo, como me disse um amigo. Minha essência vai além de coco chanel.

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