quinta-feira, outubro 1

Gripe em 3D


Sob suspeita de gripe da moda fiquei quebradiça em imunidade these days. Começou no domingo a garganta cortando, depois foi ficando difícil engolir minha própria saliva. Uma sensação estranha na cabeça me dispersava em cenários novos. Percepção alterada. Todos os sons amplificavam de forma a me causar dor aguda no cérebro. Parecia ter tropeçado em alguma tecla surround, enquanto o tombo surtia efeitos não programáveis. Corpo inteiro remexido tal um ovo galado. Retina embaçada, caixa ocular dolorida, sonhos cada dia mais grotescos...

Com o estado alterado por xarope pra tosse eu tenho tido pesadelos ótimos. Fui caça-zumbi, pilotava moto transformer que virava um carro vermelho de Hot Dog, flutuei de um lado a outro só impulsionando os pés pra sair do chão, ficava pelada em público após cantar o "hino da bandeira". Sendo que o hino era a popular: "Meu coração/ não sei por quê/ bate feliz/ quando te vê..." Detalhe audível para a impostação de voz no CARINHOSO. E me levaram a sério ainda. Eram todos amigos, mas desconhecidos na vida real. Vejam só, que animal... O último me chamou mais a atenção. No meu apartamento havia uma criação de gado com duas vacas e um boi. O mais louco é que o boi conversava comigo, meio furioso, pedindo comida. Eu chegava pra ele em tom diplomático, mostrava o rango na geladeira e ele se acalmava. As outras duas vaquinhas só dormiam, eram irmãs dele, nem falavam. O que isso quis dizer, hein?

Enfim, baixei o hospital (não o psiquiátrico ainda), tirei chapa-X dos pulmões e ok, tudo bem, só um remedinho contra pneumonia receitado. O mais duro de tudo isso foi ter de suportar ficar sem beber por uma semana. Psicodelia? Só se for agora! Bem... O quê? Certo, vou maneirar, você tem razão. Depois dessa, né? Só que são justamente os etilismos que me põem sóbria de viver, você está por fora... No mais, um brinde proposto à essa hora: SAÚDE!

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